sábado, 2 de abril de 2011

LIÇAO 1 - A LUTA CONTRA A DISSOLUÇÃO DA FAMÍLIA

Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Av. Brasil, 740 – Juiz de Fora - MG
Elaboração da Aula para os Professores da Escola Dominical
Revista: Os Desafios da Igreja
Profª. Missª Elienai de Oliveira Carvalho Castellano - Classe Ebenézer

Texto Áureo: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hb 13.4).

Verdade Aplicada: Digno de honra entre todas as instituições seja o casamento entre o homem e a mulher.

Essa geração carece de uma grande ajuda de Deus no que concerne ao matrimônio e aos relacionamentos familiares, bem como de um retorno a um modo de vida sensato e bíblico. Em uma época caracterizada pela superficialidade, imaturidade, irresponsabilidade, irreverência e tantas outras coisas igualmente destruidoras, que vem produzindo, cada vez mais, seres humanos autocentrados e “amantes de si mesmos” (2 Tm 3.1-5), todos nós corremos sérios riscos de nos conformar com esse mundo (Rm 12.1,2) e de aceitar até mesmo aquilo que Deus rejeita. As tendências secularizantes (desse século) tentam nos convencer que o casamento como instituição não é tão sagrado como sempre foi visto, pois acima da instituição está o interesse pelo bem estar pessoal e muitos acabam achando que também podemos fazer algumas concessões. Todavia, Jesus Cristo é o mesmo (Hb 13.8; Ml 3.6) e vela pela sua palavra (Jr 1.12; ver também Js 21.45; Sl 105.8; Is 55.11;), e essa palavra me ensina que:

2 Sm 23.5: “Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo uma aliança eterna, que em tudo será bem ordenado e guardado, pois toda a minha salvação e todo o meu prazer está nele, apesar de que ainda não o faz brotar”.

Tt 2.12: “Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente”.

O casamento entre um homem e uma mulher é maior do que o amor que os une e tem em si grande dignidade e força “por ser a ordenança santa através da qual Deus planejou a perpetuação da raça humana, até o fim dos tempos [...] ao se casarem tornam-se um elo na cadeira das gerações que Deus faz aparecer e partir para sua glória”. Ainda segundo Bonhoeffer[1] o amor é propriedade particular, mas o casamento é símbolo social, uma posição de responsabilidade perante o mundo e a raça humana.
Minha geração estudou A Família do Cristão de Larry Christenson e a ele somos devedores de ensinos altamente instrutivos e espirituais, que nos ajudam “lutar por certeza numa época de enganos”, para esse autor:

“Com o advento do cristianismo, o casamento alcançou santidade e significação tais como nunca se ouviu falar nos tempos antigos. A dignidade da mulher, de há muito esquecida, foi como que redescoberta, e seu valor reconhecido. Nem mesmo a lei romana ou a mosaica concediam à mulher direitos em pé de igualdade com os do homem, em importância e santidade. No cristianismo, a esposa, tanto quanto o marido, tem direitos à total fidelidade do companheiro. A esposa deixa de ser meramente a ajudadora do marido na vida presente, para ser co-herdeira com ele da vida eterna (1 Pe 3.7). Acima de tudo, o exemplo mais sublime do amor de Deus pelo homem foi dado no sacrifício de Cristo. A esse sacrifício a igreja deve a sua existência. Entre Cristo e a igreja há um laço de amor mais terno, firme e santo que quaisquer outros laços que porventura tenham existido entre Deus e o homem. No cristianismo, o homem e a mulher têm diante de si a tarefa de representar, perante o mundo, essa união que existe entre Cristo e a igreja – uma imagem de altruísmo, devoção e fidelidade. A mais elevada concepção de casamento, nos tempos antigos, era de um relacionamento moral. O casamento cristão é algo ainda mais sublime – um mistério (Ef 5.32)[2]”.

Introdução

Fp 2.15: Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”.

Esse versículo trata da conduta cristã pessoal responsável. Todas as vezes que esta conduta irrepreensível está em foco a intenção do autor é chamar a atenção para nosso compromisso com Deus, compromisso este que precisa manter-se íntegro mesmo quando a sociedade a nossa volta estiver deteriorada (ver Fp 2.15; 3.6; Cl 1.22; 1 Ts 3.13; 5.23; 1 Tm 3.2; Tt 1.6; 2 Pe 3.14).
O certo é que quanto maior o número de pessoas íntegras em uma sociedade, melhor será a sua qualidade. Pessoas realmente transformadas estendem essa transformação a toda sociedade. Resgatar as condições saudáveis de uma sociedade através da igreja é conseqüência daquilo que acontece individualmente, em cada um dos membros do corpo de Cristo.
Sociedade é uma estrutura composta de famílias e a família é entendida como sua “célula-máter”. Toda transformação ocorrida na atualidade tentando mudar esse quadro ainda não conseguiu interferir fornecendo outro paradigma (modelo, padrão) de formação das sociedades.

1. O mal de aceitar a violação da família sem temor a Deus

Para falar sobre as formas de violação à família na atualidade, em um primeiro momento, o comentarista vai referir-se ao divórcio, concubinato e aborto, relembrando que a igreja enfrenta o desafio de defender e manter o casamento. Penso que a defesa do casamento é algo primordial, sendo nossa responsabilidade intransferível, todavia, a manutenção, já é termo que denota questões de foro íntimo. Igreja alguma consegue manter um casamento se isso não for o interesse dos cônjuges; o que ela pode e deve fazer é incentivar sua manutenção.
Muitas são as formas de violação dessa instituição na atualidade e as próprias leis, que deveriam colaborar em sua defesa acabam por facilitar sua desintegração e/ou dissolução[3]. O que é aceito socialmente, ou se torna lei, nem sempre tem aprovação de Deus, e na maioria das vezes não tem. Em alguns casos torna-se necessário “obedecer a Deus” (At 5.29) a fim de que a palavra dEle não seja blasfemada. Isso só com ajuda divina, pois as retaliações serão inúmeras e perigosas.

1.1 Aceitação do divórcio de maneira equivocada

No noticiário jurídico encontramos incontáveis pronunciamentos a respeito da Emenda Constitucional nº 66 de 13 de julho de 2010 que teve 49 votos a favor, quatro contra e três abstenções, criando no Brasil o “divórcio direto”. O posicionamento contrário por parte de alguns representantes da igreja católica e dos evangélicos não foi suficiente para impedir a aprovação, portanto está em vigor algo que definitivamente Deus não aprova: Problemáticas do relacionamento conjugal sendo tratado de forma superficial, inconseqüente e irresponsável.

Mt 19.4-6 (Mc 10.9): “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Por esses versículos entendemos Deus como o criador e preservador do casamento. Isso exclui idéias e preferências humanas, bem como conveniências pessoais como base para sua continuidade ou não. Nossa compreensão de casamento deve guiar-se pelo princípio da permanência e o entendimento de que Deus tem um propósito especial nesse tipo de união. Isso precisa estar nas mentes e corações das partes interessadas desde o começo e de tal forma estabelecida como ideal que qualquer dificuldade que sobrevier será encarada como algo a ser vencido e tudo que estiver ao alcance das partes será feito para preservar aquilo que foi concordado na terra e no céu. Desfazer essa relação arbitrariamente é atrair más conseqüências tanto para a sociedade como para a família e as pessoas diretamente envolvidas[4].

1.2 Aceitação do concubinato de forma natural

O concubinato é a união entre o homem e a mulher sem o casamento e também refere-se àquelas relações havidas fora do casamento, cuja duração não permite ser considerada como fato acidental. O concubinato sempre existiu e sempre demonstrou seus inconvenientes e males. Embora ainda presente nos primeiros séculos da era cristã o cristianismo combateu o concubinato em razão da sua imoralidade e seu caráter irregular, do ponto de vista legal.
Apesar de ser algo concreto - que a família sempre existiu, antes mesmo da formalização do ato da união entre um homem e uma mulher - é fato também que sempre houve mecanismos que atestaram sua legitimidade. A forma de casamento civil chegou ao Brasil no século XIX, sendo criado pelo Decreto nº. 181, de 1890, do Governo Provisório, o que retirou do casamento religioso seu valor jurídico. O casamento civil como única forma de constituição legítima da família perdurou de 1890 até 1937. Hoje, na atual Constituição de 1988, o casamento religioso tem efeito civil nos termos da Lei no. 6.015 de 1973.
Na constituição de 1988, o requisito do casamento como fundamental para a legitimação da família deixa de existir. A partir daí o Estado passa a preocupar-se com a importância do grupo familiar, qualquer que seja a sua origem, garantindo-lhe a proteção e os direitos postos à disposição da chamada “família legítima”. Termos novos agora são utilizados para referir-se à família: Entidade Familiar.
Esse termo “concubinato” como referência à  ajuntado, amigado, amasiado, caracterizando a relação entre homem e mulher sem as devidas formalidades da Lei, é anterior à Constituição Federal de 1988, após ela no artigo 226, §3º uma nova terminologia surge para caracterizar esse tipo de relação, que é “União Estável”. Para DINIZ, (2002, p. 325) a união estável “consiste numa união livre de pessoas livres de sexos diferentes, que não estão ligadas entre si por casamento civil” e que o concubinato seria um gênero da qual a união estável é a espécie. Essa mesma autora[5] refere-se a uma distinção entre concubinato puro e o concubinato impuro.

a) Concubinato puro ou união estável: É a união duradoura entre o homem e a mulher desimpedidos, como são os casos dos solteiros, viúvos, separados judicialmente ou de fato, sem que haja casamento civil. Está previsto no art. 1723 a 1726 do Código Civil. Há uma polêmica no sentido de que poderia incluir aqueles que estão separados de fato.
b) Concubinato impuro: São aquelas relações não eventuais, onde um dos companheiros estão comprometidos ou impedidos legalmente de se casar (art.1727 do Código Civil)[6]. Nesta união há uma espécie de clandestinidade que retira o caráter de entidade familiar[7]”.

“A lei hoje reconhece tanto a União Estável como o Concubinato para fins de direito familiar, sendo que este é considerado menos nobre do que aquele devido às suas circunstâncias[8]”.

Mais uma vez a igreja é chamada a posicionar-se e mais uma vez precisa seguir na contra mão das conquistas sociais modernas. O imperativo da manutenção do casamento indissolúvel e monogâmico como fundamento da família e base de uma sociedade bem organizada tem sido defendido por cristãos que acreditam que a Bíblia dita as regras das relações pessoais e familiares. Acreditam esses cristãos que tudo o que foi estabelecido por Deus no princípio continua valendo para dos dias de hoje.
Quando esse assunto é trazido para ser rediscutido e debatido em importantes reuniões, com poder decisório, não em forma de estudo bíblico para reafirmar o compromisso de defender o casamento, mas trazendo novidades, aparatos legais, sugestões de flexibilização, fica caracterizado que a igreja, ou o conjunto delas, está cedendo terreno para forças secularizantes, está mais preocupada em manter estável sua membresia e tornar-se atraente aos olhos da clientela, do que verdadeiramente “defender a fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Isso acontece nos redutos religiosos onde a identidade da denominação está comprometida ou sendo desconstruída.
Entendemos, defendemos e ensinamos que a prática e a legalização da concubinagem, ou “uniões estáveis”, não encontram apoio na Bíblia.

1.3 Aceitação do aborto de forma criminosa

A discussão em torno do aborto atinge todas as camadas da sociedade nas diversas condições sócio-econômicas e religiosas. A relativização de valores até então considerados como absolutos, como a preservação da vida, nos tempos chamados de pós-modernos, introduziu muitos elementos nesse embate que desperta discussões acirradas e reações violentas. O fato de já estar regularizado em muitos países não muda a posição das Escrituras Sagradas com relação a esse assunto que continua a mesma: A vida é um bem supremo e o ser humano não tem o direito de tirá-la.
Segundo LIMA[9] a palavra aborto vem do latim abortum, do verbo abortare, com o significado de “pôr-se o sol, desaparecer no horizonte, e, daí morrer, perecer”. Segundo literatura médica encontramos a afirmativa de que trata-se da expulsão espontânea ou provocada do feto antes do sexto mês de gestação, isto é, antes que o feto possa sobreviver fora do organismo materno.
Não são muitas as referências bíblicas sobre o tema, mas contextualizando o assunto dentro do padrão ético divino não temos autorização para aprovar tal ato, pois antes de tudo, uma vida indefesa está sendo ceifada.
Por trás da defesa do aborto estão interesses escusos, atos egoístas, lucros financeiros, vulgarização da vida e o ato diabólico de incentivo à violência e ao assassinato. Mas há diversos tipos de aborto e como cristãos precisamos ter um posicionamento frente a cada um deles:

a) Aborto natural: Morte natural do feto por circunstâncias conhecidas ou desconhecidas. Não há o que questionar nessa situação.
b) Aborto acidental: Morte do feto por um problema ocorrido à gestante acidentalmente. Constatada a não intencionalidade não há qualquer implicação ética nesse caso.
c) Aborto terapêutico: Quando a gravidez representa risco de vida para a mãe. Nesse caso aceita-se o argumento da ética hierárquica segundo o qual a vida real da mãe possui maior valor que a vida em potencial do bebê não nascido.
d) Aborto por gravidez forçada: No caso de estupro ou incesto. É permitido pelo código penal desde que haja consentimento da gestante ou seu representante legal, quando incapaz.
e) Aborto por razões eugênicas: No caso do feto com malformação ou retardamento mental comprovado, trazem sérias implicações éticas, pois as opiniões, sempre muito divididas, têm defensores dos dois lados.

·   Um exemplo clássico (literalmente): Uma mulher grávida do quinto filho, marido portador de sífilis e ela de tuberculose, o primeiro filho nasceu cego, o segundo morreu, o terceiro nasceu surdo, o quarto está tuberculoso. Qual atitude tomar diante do quinto bebê que está para nascer? Essa era a situação de Ludwig van Beethoven ao nascer e essa é a história de sua família.

“O aborto ainda é considerado crime como regula o Código Penal na Parte Especial Titulo I (Dos Crimes Contra a Pessoa), Capítulo I (Dos Crimes Contra a Vida), nos arts. 124 a 128. No Brasil, segundo estatísticas, tem alto número de vítimas menores de 14 anos, neste caso é considerado pela lei um fruto do estupro (estupro presumido) e o agente que provoca o aborto desta menor tem uma pena mais severa (reclusão de 3 a 10 anos)[10]”.

2. O pecado de aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo
         
2.1 A homossexualidade é um ataque direto ao casamento     
2.2 A perpetuação da raça humana depende da união de pessoas de sexos opostos
2.3 A bissexualidade corrompe a família

Acerca desse 2º item trarei considerações gerais relativas ao assunto, com a intenção de contribuir com a formulação de argumentos compatíveis com a posição tradicional que entende que o propósito de Deus para o relacionamento sexual do ser humano limita-se à união heterossexual entre homem e mulher no casamento. Portanto, uma união dessa natureza é tanto abominável como profanação do corpo, templo do Espírito Santo (ver 1 Co 6.19).
A história tem caminhado a passos muito largos quanto ao desenvolvimento da causa GAY. Segundo os padrões seculares a pessoa que não aceita a homossexualidade como opção comportamental digna está cometendo injustiça, mas o que a Bíblia diz sobre o relacionamento homossexual?
Partimos de algumas premissas básicas:

·   Os defensores do homossexualismo o pregam como algo aceitável, aprovado e até mesmo recomendado pela Bíblia, de forma insistente, incansável, inteligente, impactante, utilizando-se de todos os recursos disponível para promover a sua causa.
·   A mídia está hoje completamente absorvida e comprometida com a causa GAY, defendendo, incentivando, reproduzindo os objetivos do mega-movimento e da mega-tendência moderna “O mundo é GAY”. Os poucos veículos midiáticos cristãos não comprometidos com essa visão distorcida na maioria das vezes nem tocam no assunto.
·   Pelo seu lado as igrejas completamente despreparadas para lidar com estas questões, agindo na ignorância, hostiliza, marginaliza, empurra para fora pessoas que precisam e precisam, tal como nós,  serem  alcançadas pelo grande amor de Deus e terem suas vidas transformadas pela mensagem do evangelho, porque foi para elas também que Cristo morreu.
·   Ainda tem o agravante da agilidade da militância Gay contra a morosidade dos que estão comprometidos com a causa de Cristo em confrontá-los com a verdade da palavra de Deus.
·   A causa GAY conta hoje, em todo mundo, com pessoas muito bem preparadas, principalmente intelectualmente para manipularem o imaginário coletivo e assim levarem as pessoas a pensarem o que eles querem que elas pensem, enquanto que dentro das igrejas encontramos pessoas, até mesmo líderes que são contrários ao estudo, ao conhecimento, à teologia.
·   Também são agressivos, violentos, reagem bruscamente a qualquer atitude que julguem contrária à eles, partem para a briga ao menor sinal e isso intimida as pessoas.

Porém, o Deus da Bíblia continua o mesmo, a própria Bíblia não mudou para atender a situações diferenciadas. O que era pecado no passado continua sendo pecado hoje, ainda que milhões de leituras diferentes da Bíblia venham a ser feitas para atender aos interesses de grupos. O Deus do Antigo Testamento que se mostrou contrário à homossexualidade e deixou claro através da sua palavra, revela-se no Novo Testamento reafirmando o mesmo posicionamento e continua revelando-se nos dias de hoje para aqueles que verdadeiramente querem conhecer a sua vontade. Apesar dos textos bíblicos, tanto do Velho como do Novo Testamento serem claros e decisivos na condenação ao homossexualismo, encontramos milhões de pessoas hoje tentando conciliar sua formação cristã com o comportamento homossexual.
Falando através de parábolas Jesus fez a seguinte afirmativa:

Mt 13.13-15: “Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure”.

O apostolo Paulo é de mesmo parecer:

2 Co 4.3,4: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”.

Vamos então à palavra selecionando alguns versículos que nos falam mais diretamente sobre esse assunto:

ANTIGO TESTAMENTO:

Gn 19.5: “E chamaram Ló e disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos”. Gn 13.13 afirma que os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra o Senhor.

Gn 18.19,20: “Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado. Disse mais o Senhor: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito”.

Is 1.10-18: “Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? Diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã”.

Em 1955 o teólogo anglicano Derrick S. Bailey publica o primeiro desafio sério contra a condenação bíblica do homossexualismo, intitulado "Homossexuality and western christian tradition" (Homossexualismo e tradição cristã ocidental).  É nesse livro que aparece a tese de que Sodoma e Gomorra foram destruídas não por causa das práticas homossexuais, mas por falta de hospitalidade. Tal explicação produziu um grande alívio entre os homossexuais.
O escritor da Epístola de Judas não concorda com isso:

Jd 7,8,18,19,20-23: “Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas, por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades. Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento; e salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne”.

Dt 23.17: “Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel”.

Lv 18.22: “Com varão te não deitarás, como se fosse mulher: Abominação é; nem te deitarás com um animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele: Confusão é”.

Lv 20.13: “Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles”.

Jz 19.22: “Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos”.

NOVO TESTAMENTO:

Rm 1.26,27: “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”.

1 Co 6.10: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”.
                       
1 Tm 1.8-10: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente, sabendo isto: Que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina”.

Deus não sanciona o que é abominável, portanto não existe absolutamente nada na palavra de Deus que possa ser utilizado em defesa desse tipo de comportamento. Joe Dallas, em uma obra muito instrutiva e que recomendo, entendendo que todos nós precisamos desse tipo de orientação, afirma o seguinte:

“O corpo de Cristo sofrerá imensamente porque a sã doutrina – e a própria Bíblia – terão de ser levadas menos a sério se a teologia favorável ao homossexualismo for amplamente aceita. Você não pode adulterar uma parte da Bíblia (nesse caso uma parte significativa) sem desmantelar sua autoridade em geral. E, se a autoridade da Bíblia for denegrida, a igreja de Jesus Cristo, a luz do mundo, estará sem nenhuma orientação própria clara[11]”.
         
Assim como a homossexualidade a bissexualidade é entendida como uma forma de comportamento desviante e entra no rol das paixões infames de Rm 1.26, sendo, ao final perigoso, não apenas praticar como também ser condescendente com os que praticam (ver Rm 1.32).

3. O perigo de aceitar a infidelidade conjugal como normal
         
Na listagem das “obras da carne” (Gl 5.19-21) as primeiras são: Adultério, prostituição, impureza, lascívia, essas coisas foram problema para os israelitas, a igreja de Corinto estava cheia delas e as profecias afirmam que nos últimos dias os erros e pecados de natureza sexual serão abundantes[12].
Pessoas fiéis não estão imunes à tentação. Toda infidelidade começa com um pensamento lascivo, que vai ganhando terreno na mente e no coração até que o corpo físico sucumbe e peca.

Tg 1.14,15: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte”.

O aumento desenfreado da pornografia e do estímulo aos comportamentos sexuais desviantes nos nossos dias tem mantido muitos aprisionados no pecado, principalmente os mais jovens que nem sempre encontram forças para resistir à avalanche de ofertas imorais à sua disposição.
Tim e Beverly LaHaye reforçam que uma mente cheia de idéias lascivas não pode estar cheia do Espírito e enumera seis passos práticos para superar a infidelidade[13]:

·   Reconheça que todos os pensamentos lascivos são pecados. Mt 5.28
·   Confesse-os toda vez que surgirem. 1Jo 1.9
·   Peça a Deus que os remova e purifique sua mente. 1 Jo 5.14,15
·   Agradeça a Deus pela vitória e concentre-se em pensamentos puros. Fp 4.8
·   Repita esse processo toda vez que se entregar a pensamentos lascivos.

A forma de infidelidade conjugal mais comum é o adultério. Se até pouco tempo atrás, não há como precisar, isso só acontecia pelas vias de fato, hoje já é comum em outra dimensão: O adultério virtual. Cresce a cada dia o número de pessoas envolvidas com a imoralidade através dos avançados recursos tecnológicos, entre os quais a internet é a mais utilizada. Seja em que modo aconteça é aviltante, desonroso, fere a santidade de Deus e a dignidade humana, provoca sofrimento, dor e conseqüências, muitas vezes irreparáveis.  Apesar de ser muito banalizado pela sociedade atual e largamente propagandeado pelos meios de comunicação, como é o caso da televisão, é anti-Deus, anti-cristão, anti-Bíblia e continua sendo pecado.

Pv 5.18-23: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente. E porque, filho meu, te deixarias atrair por outra mulher, e te abraçarias ao peito de uma estranha? Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele pesa todas as suas veredas. Quanto ao ímpio, as suas iniqüidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá, porque desavisadamente andou, e pelo excesso da sua loucura se perderá”.

Ml 2.14,15: “E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade”.

“Em 28 de Março de 2005, a Lei 11.106 revogou do Código Penal Brasileiro o art. 240 que descrevia o adultério como crime, deixando de ser considerado como tal desde esta data. Contudo, o Código Civil de 2002 em seu art. 1573, enumera um rol de possibilidades de se caracterizar a impossibilidade de se manter a união. Dentre as possibilidades ali enumeradas, dispõe o inc. I o adultério. Portanto a própria lei reconhece o adultério como um ato tentatório ao convívio familiar, incorrendo como alegação à dissolução do casamento, considerado então, para a melhor doutrina, como sendo abominável ao seio familiar[14]”.

3.1 A bigamia e a poligamia descaracterizam a família criada por Deus 

A bigamia é considerada delito tanto bíblica quanto pelas leis humanas e é passível de condenação de 2 a 6 anos, previsto no artigo 235 do Código Penal Brasileiro.
         
“A bigamia só ocorre quando um indivíduo casado sob a égide da lei realiza um novo casamento com os mesmos trâmites legais do anterior, sabendo que aquele ainda é válido, ou seja a bigamia só é crime se os dois casamentos forem no civil e ainda válidos no mesmo espaço de tempo. É importante esta compreensão, pois para o senso comum basta o relacionamento poligâmico para achar que o individuo já está cometendo crime de bigamia, algo totalmente descabido no meio jurídico. Destarte a união estável e o simples casamento religioso não, têm valor legal para incriminar um indivíduo que por ventura as realize mais de uma vez[15]”.

Gn 2.18: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”.

Entendemos a monogamia como projeto de Deus para a humanidade. A poligamia[16] dos tempos do Antigo Testamento (AT) é um fato incontestável, mas os registros bíblicos apontam para a voz profética que nos últimos estágios do AT defende aquilo que veio a se tornar como o ideal no matrimônio: A união heterossexual, monogâmica e estável no sentido de permanente. É este estado de coisas que será defendido no Novo Testamento (NT).

1 Co 7.2: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”.

Rm 7.2: “Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido”.

1 Co 7.39: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor”.

1 Tm 3.2: “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”.

1 Tm 3.12: “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas”.

3.2 A prostituição regulamentada é uma afronta aos valores morais do casamento

Tal qual a homossexualidade a prostituição é uma abominação condenável biblicamente em inúmeras passagens. Como tal precisa ser rejeitada e combatida.

2 Jo 1.9 (ARA): “Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho”.

Is 5.20: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!”

Parte de toda cultura é demoníaca, nem sempre o que é aceito socialmente é referendado pela lei de Deus, este é um desses casos.

Tg 4.4: “Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.

1 Jo 2.15: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”.

A prostituição tanto pode ser carnal como espiritual, nos dois casos constitui-se gravíssimo problema, pois desonra não somente quem a pratica, quanto também àquele contra quem é praticada. Ler Pv 3.5-14.

1 Ts 4.3: “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: Que vos abstenhais da prostituição”.

1 Co 6.15-18: “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo”.

Entre os inúmeros versículos que abominam a prática da prostituição, um particularmente chama minha atenção:

1 Co 6.13: “Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo”.

“Aqui no Brasil a prostituição não é crime. Entendem que toda pessoa é dona de seu corpo e pode usá-lo como bem quiser. Mas tirar proveito da prostituição, seja de que forma for, é legalmente condenável, e o uso do corpo pela pessoa para tal fim, apenas moralmente repugnante. Em virtude disso, manter casas de prostituição, viver à custa de prostitutas (os) ou mesmo induzir alguém a esse tipo de trabalho, por exemplo, podem render uma pena de um a oito anos de reclusão, dependendo do fato ocorrido. Tendo em vista esses crimes o legislador quis “proteger” a liberdade e a autonomia para a dignidade das pessoas que se prostituem. Vemos, portanto, que o direito não cria barreiras à  prostituição pessoal, pelo fato de não querer, o Estado, ingerir sobre a autonomia da vontade e autodeterminação do titular do bem jurí­dico, no caso, o corpo humano[17]”.

3.3 O sexo livre inibe o casamento

Seguindo a proposta inicial da palavra de Deus somos por ela aperfeiçoados (Fp 1.6) e com coragem rejeitamos o que entendemos ser contrário e portanto impróprio para nós, servos e servas do Senhor Jesus Cristo. Sabemos que cada estágio da intimidade física conduz ao próximo e o lugar apropriado para que se desenvolvam plenamente é no casamento (Hb 13.4).
Todavia, como tudo o mais na sociedade moderna, um fenômeno de repercussões inimagináveis vem desafiando posturas tradicionais de comportamento na área da sexualidade e do relacionamento entre as pessoas, principalmente nessa parte ocidental do mundo: A revolução sexual ou liberação sexual como alguns preferem.
A partir dos anos 60 e 70, em uma dinâmica inversamente proporcional, presencia-se o declínio dos valores morais da tradição cristã e o aumento da permissividade à liberdade e experimentação sexual, incentivo ao amor sem posse (amor livre) e rejeição do casamento com um ímpeto jamais visto. Contribuiu para esse fato a invenção da televisão e outros meios de comunicação de massa, que podiam transmitir informações de toda natureza a milhões de pessoas de forma rápida e impactante. Sempre esses meios de comunicação estiveram sobre o domínio de pessoas ricas e poderosas, que até hoje controlam e influenciam o que milhões de pessoas assistem ou lêem. E essas pessoas trabalharam e ainda tem trabalhado incansavelmente para destruir a visão cristã tradicional do casamento e do sexo. Não apenas o sexo fora das relações heterossexuais e monogâmicas passam a acontecer livremente, como também a apelação e exploração da sensualidade, cresce a indústria da pornografia e da exploração sexual de muitas formas, “normalização” da homossexualidade e outras formas alternativas de sexualidade e prática do aborto.  

2 Tm 3.1-5: “Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos....destes afasta-te”.

4. Aceitar contrato temporário como casamento

Modernamente aumenta o número de contratos de união estável em relação ao casamento civil. Trata-se de uma discussão sobre o fim do casamento antes mesmo dele começar. Segundo artigo da revista época “As relações duram em média dez anos, de acordo com o IBGE. Só no ano passado foram mais de 100 mil separações judiciais”. No artigo em questão lemos o seguinte: “Há diferenças radicais entre o casamento civil e o contrato de união estável. O casamento civil é um contrato de adesão que já vem pronto. A união estável é um documento feito pelo casal, a la carte, sem limite de espaço ou regras estabelecidas. Nele cabe tudo o que não for ilegal - de regras de convivência a escolha do regime de bens”. As principais diferenças entre o casamento civil e o contrato de união estável são:

CASAMENTO CIVIL:

·   É um contrato de adesão. Direitos e deveres são definidos por lei e não é possível alterá-los.
·   O casal deve escolher apenas um entre os regimes de bens definidos pelo Código Civil.
·   A separação exige a abertura de um processo judicial, se o casal tem filhos e existe disputa por bens. São pelo menos três anos entre audiências e advogados.
·   O casamento civil gera uma escritura pública. Qualquer mudança no status civil, de casado para divorciado, obriga o casal a submeter-se à burocracia do governo.

CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL:

·   É um contrato personalizado em que o casal cria suas próprias regras de convivência.
·   Há liberdade para criar regimes mistos de bens: Como a divisão proporcional ao salário de cada um.
·   Basta cumprir o que foi negociado, O contrato deixa de valer a partir do momento em que estão separados. Não é preciso criar outro documento.
·   Pode ser um contrato particular, com a presença de um advogado e reconhecido em cartório. O contrato garante os mesmos direitos que o casamento civil[18].

4.1 O perigo de aceitar o contrato temporário como casamento
4.2 Usando casamento como disfarce perante as instituições
4.3 Compromisso extra-casamento

Na revista que tratou do tema “Família, Igreja e Sociedade” estudamos o seguinte:

Gn 1.27,28: E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”.

Todo ser humano anseia por uma vivência  famíliar e a providência divina coopera para isso:

Sl 68.6: Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca”.

“A família transcende a nós mesmos e tem origem no próprio Deus. O apóstolo Paulo disse, com muita propriedade, que estamos frente a um mistério (Ef 5.32), e comparou-o à relação de Cristo com a igreja. A palavra “mistério” no sentido bíblico expressa um valor, um significado e uma riqueza difíceis de compreender e fora da revelação divina. Na Bíblia vemos que Deus garante o tempo do plantio e da colheita (Gn 8.22), alimenta todos os seres viventes (Sl 104.27; 136.25; 145.15,16) governa todo o universo (Is 40.1-26), cria e forma cada nova criatura concebida (Jó 31.15; Sl 139.13; Is 43.7; 44.22) e infunde sua vontade no círculo da família que a cada nova geração, ele mesmo forma, sustenta e protege (Sl 22.9-11)[19]”.

Nosso entendimento dessa questão é que a família não é:

·   Meramente o fruto da necessidade biológica de perpetuar a espécie.
·   Nem somente a unidade econômica que sustenta os indivíduos e a sociedade.
·   Nem o meio mais efetivo de transmitir a cultura.
·   Muito menos resultado de um contrato social ou o produto natural de duas pessoas que se amam.

“A família pertence a Deus, que a criou e lhe determinou a estrutura interna, dando-lhe também um propósito e um alvo[20]”.

O item 4.3 termina dizendo: “Cabe aos ensinadores da palavra de Deus e aos líderes cristãos alertarem os membros, difundindo o perigo de se permitir que essas coisas entrem nas igrejas”. Utilizo essa frase como uma referência a tudo o mais que foi estudado nessa lição e entendo a Escola Bíblica Dominical como o espaço adequado e privilegiado para defendermos os princípios elementares da palavra de Deus, pois no dia do Senhor, estamos na casa do Senhor, estudando a palavra do Senhor. Que Ele nos ajude a pautarmos nossas vidas sob essa santa palavra.

Conclusão

Nessa guerra somos minoria e não possuímos as armas deste mundo para guerrearmos pela verdade. Todavia:

2 Co 10.3-5: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”.

Dt 20.1: “Quando saíres à peleja contra teus inimigos, e vires cavalos, e carros, e povo maior em número do que tu, deles não terás temor; pois o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, está contigo”.

2 Cr 32.8: “Com ele está o braço de carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar, e para guerrear por nós. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá”.
         
C.H.Spurgeon escreveu:

“A igreja de Cristo é continuamente apresentada na figura de um exército. Entretanto, seu capitão é o Príncipe da Paz, o seu objetivo é estabelecer a paz, e os seus soldados são homens de disposição pacífica. O espírito de guerra é o oposto extremo ao espírito do evangelho. Apesar disso, todavia, até a segunda vinda do Senhor, a igreja nesta terra tem sido a igreja militante, a igreja armada, a igreja que guerreia, a igreja que conquista. E por quê? De acordo com a própria natureza das coisas, é necessário que a igreja seja assim. A verdade não poderia ser verdade neste mundo, se não estivesse em luta, e logo suspeitaríamos da verdade, se o erro tivesse amizade com ela. A pureza imaculada da verdade sempre deve estar em guerra contra as trevas da heresia e da mentira[21]”.

O Pastor Ricardo Barbosa escreve sobre essa questão, afirmando:

“A relativização dos valores morais, o rompimento das tradições e o colapso do modelo tradicional da família abriram espaço para a aceitação e inclusão dos novos modelos morais e sociais. Muitos desses modelos contrariam os princípios cristãos mais fundamentais e comprometem a saúde da sociedade; contudo, temos presenciado a reação de vários grupos que não admitem a contradição. Vivemos hoje o que o doutor James Houston chama de uma nova forma de fundamentalismo, o da “democracia liberal”, que impõe sobre nós a obrigação de aceitar e admirar tudo aquilo que contraria princípios e valores que fazem parte da consciência cristã[22]”.

Após o estudo desta lição "click aqui" para assistir ao comovente relato de Gianna Jessen, sobrevivente de um aborto. Diga NÃO ao aborto.

Referências Bibliográficas e Notas:
[1] BONHOEFFER, Dietrich. Resistência e Submissão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, Sinodal. 1980, p. 40.
[2] CHRISTENSON, Larry. A Família do Cristão. Venda Nova, MG: Editora Betânia, 1970, p. 12.
[3] Veja, por exemplo, o artigo LAMENZA, Francismar. O Novo Código Civil e a Violação ao Direito da Convivência Familiar. Disponível em http://www.mp.sp.gov.br/portal/page/portal/cao_infancia_juventude/doutrina/doutrinas_artigos. Acesso em: 24/03/2011.
Consulte também: RIBEIRO, Simone Clós Cesar. As Inovações Constitucionais no Direito de Família. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 58, 1 ago. 2002.
Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/3192>. Acesso em: 24 mar. 2011.
[4] CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. v.1. São Paulo: Hagnos, 2002, p. 479.
[5] DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil. 17ª ed. v. 5. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 324.
[6] Art. 1727 do Código Civil: “As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato”.
[7] Contribuição do Pr Antonio Carlos Pereira – Advogado.
[8] Contribuição do Dc Rob Hudson de Macedo - Advogado.
[9] LIMA, Elinaldo Renovato. Ética Cristã. CPAD, Rio de Janeiro, 2002, p. 42. 
[10] Contribuição do Dc Rob Hudson de Macedo - Advogado.
[11] DALLAS, Joe. A Operação do Erro: O Movimento “Gay Cristão”.  São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1998, p. 36.
[12] LAHAYE, Tim e Beverly. Vida Familiar Controlada pelo Espírito Santo.  Venda nova, MG: Editora Betânia, 1982, p. 63.
[13] LAHAYE, Tim e Beverly. Op. Cit. p. 65.
[14] Contribuição do Dc Rob Hudson de Macedo - Advogado.
[15] MAIA, Diones Souza.  O Crime de Bigamia na Sociedade Moderna. Disponível em:  <http://meuartigo.brasilescola.com/atualidades/o-crime-bigamia-na-sociedade-moderna.htm>. Acesso em: 24/03/2011.
[16] Mulheres com mais de um marido ao mesmo tempo é denominado poliandria.
[17] Contribuição do Ev Márcio do Livramento Leão - Advogado.
[18] VICÁRIA, Luciana (Ed.). Contratos de Casamento. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI129111-15201,00.html. Acesso em: 28/03/2011.
[19] MALDONADO, Jorge. Editor. Casamento e Família: Uma Abordagem Bíblica e Teológica. Viçosa,MG: Editora Ultimato, 2003, p. 7-8.
[20] CHRISTENSON, Larry. A Família do Cristão. Venda Nova, MG: Editora Betânia, 1979, p. 13.
[21] SPURGEON, C.H. apud MacARTHUR JR, John F. A Guerra pela Verdade: Lutando por Certeza numa Época de Engano. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2008.
[22] SOUZA, Ricardo Barbosa de. A Pós-Modernidade e a Singularidade de Cristo. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/pos_modernismo/pos_modernidade_singularidade_cristo.htm. Acesso em: 08/03/2011.

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